"Não confunda derrotas com fracasso, nem vitórias com sucesso. Na vida de um campeão sempre haverá algumas derrotas, assim como na vida de um perdedor sempre haverá vitorias. A diferença é que, enquanto os campeões crescem nas derrotas, os perdedores se acomodam nas vitórias. - Rogerio Ceni

terça-feira, 17 de novembro de 2009

A ENTREVISTA DA SEMANA

João Paulo Rodrigues, 46 anos, é o treinador dos infantis nesta época desportiva de 2009/2010. Foi com ele que esta semana quisemos conversar.


CAPR – Desde quando estás no clube, como chegaste a nós e qual a sensação de seres treinador do Académico?

JP – Esta é a terceira época que sirvo o clube. A forma como cheguei ao Académico foi muito simples pois conhecia o Moreira e o Manuel Costa do tempo em que também fui treinador no Monte das Pedras. O convite foi feito e aceitei com agrado. Estar no Académico é ter a sensação de nunca termos o nosso trabalho concluído, pela exigência que colocamos no nosso trabalho e pela constante evolução que fazemos questão de impor a nós próprios. Mais importante do que já referi é verificar que os homens do amanhã tem na sua formação social e desportiva alguma coisa que humildemente lhes transmitimos. É muito gratificante.


CAPR- Qual a tua opinião sobre o clube na sua vertente desportiva?

JP – Ao longo da minha vida desportiva, já passei por alguns clubes e com todo o respeito e admiração pelos mesmos, não tive as mesmas sensações que tenho no Académico. O nosso clube tem uma mística muito especial que cria raízes inesquecíveis a todos aqueles que o representam. A dedicação em exclusivo à formação faz com que os nossos jovens, desde tenra idade, aprendam a viver o clube de forma mais interiorizada e a nutrir um amor muito próprio pelo Académico e sua gente. Por arrastamento, os seus pais e familiares juntam-se a esta causa com dedicação e carinho. Quem passa pelo Académico nunca mais esquece e dificilmente vemos os nossos atletas a quererem abandonar o clube na procura de outros que lhes possam oferecer melhores condições. Contrariamente a estes, nós por cá não procuramos ninguém que venha de fora, preferimos aceitar todos aqueles que nos procuram.


CAPR – A nova metodologia de treino aliada ao modelo de jogo a praticar, como está a ser interpretada pelos teus atletas?

JP – Qualquer alteração é sempre vista com alguma apreensão e normalmente no seu início cria algumas dificuldades. Nós treinadores, temos que nos apresentar muito bem informados e seguros do trabalho que temos a desenvolver. Foi desta forma que nos preparamos e assim foi fácil transmitir aos nossos jovens as novas ideias. Tudo está a correr muito bem e em franca evolução.


CAPR – Qual a avaliação qualitativa que fazes ao teu plantel?

JP – O plantel é um misto de atletas que fazem o seu 2º e ultimo ano neste escalão e outros que vieram das escolas. Os mais velhos e mais experientes são aqueles que podem trazer uma mais valia ao grupo, o que tarda em aparecer. Os mais novos estão a fazer um bom trabalho que é seguramente a continuação da sua qualidade na formação iniciada por outros técnicos do clube. A sua margem de progressão é enorme e estou certo que na próxima época teremos uma equipa de infantis com mais qualidade.

Em resumo, estou contente com todo o plantel mas nunca satisfeito porque dificilmente me acomodo com o já conseguido.


CAPR- Apesar de estares satisfeito com o grupo que dispões, sentes necessidade de ainda o vires a reforçar?

JP – Todas as semanas somos reforçados com mais trabalho, dedicação e qualidade. São estes os reforços que vou continuar a receber de todos os meus atletas. Não tenho a menor dúvida. Há ambição em todo o grupo e muita humildade para aprender todos os dias.


CAPR- Quais são os objectivos desportivos para a época 2009/2010?

JP – Os objectivos que este grupo traçou no inicio desta época passam por atingir uma classificação melhor do que na época anterior ou seja o 6º lugar. Neste momento estamos muito bem posicionados e a discutir os primeiros 4 lugares da tabela classificativa. Há muito campeonato pela frente e obviamente que acredito no meu grupo de trabalho mas sem euforias. Um jogo de cada vez e vamos analisando até onde poderemos chegar.


CAPR- Na tua perspectiva, quais são os principais favoritos na subida de divisão?

JP – Vamos continuar a assistir a um campeonato muito equilibrado nos lugares cimeiros mas sem dúvida que o Póvoa Futsal é a equipa melhor posicionada não só pela sua classificação actual mas essencialmente pelo futsal que pratica. Depois teremos a Cave 94, o Caxinas, os Ases de Leça e a Juv. de Malta que tem muitas hipóteses de discutir um lugar na subida de divisão.


CAPR – Como te defines como treinador?

JP – Muito sinceramente, a palavra treinador na minha opinião implica um conjunto de factores que não se enquadram no meu perfil e nos meus objectivos no desporto. Ando nisto porque adoro o futsal mas não tenho qualquer objectivo de progressão na “carreira”. Sou apelidado de treinador porque a A.F.P. assim obriga. Perante isto prefiro definir-me como pessoa – sou humilde para aprender e exigente para ensinar. Tenho um defeito – gosto de tudo na perfeição. Todos os meus atletas sabem que sou assim mas também o melhor amigo deles em todas as situações.

Sem comentários: