Manuel Costa, treinador dos Juvenis, é esta semana o nosso convidado para falar da sua equipa. Homem profundamente conhecedor deste desporto mas essencialmente do mundo da formação. Está no Académico à muitos anos e abraça com paixão a sua actividade de formador, ensinado a todos aqueles que passam no seu caminho os seus conhecimentos desportivos e sociais. Para todos nós é uma referência de amizade e carácter.CAPR - Como decorreram os trabalhos de pré-época?
MC- O trabalho de pré-época não decorreu como gostaríamos, primeiro porque temos metade da equipa proveniente do futebol de onze e segundo porque a outra metade, embora com responsabilidades acrescidas, porque já sabem o que esperamos deles em termos técnicos e tácticos estão na idade da parvalheira. É realmente a idade mais difícil de tratar com atletas, julgam-se independentes, homens, na idade do namorico, nada humildes, linguagem pouco cuidada (demasiados palavrões) vaidosos e com a mania de que não precisam de trabalhar. Todas estas características são normais nesta idade, só que acresce o nosso trabalho de treinadores. No fundo é mais um trabalho pedagógico e de muita paciência, espero que quando acordarmos não seja tarde para concluirmos os nossos objectivos. No trabalho de pré-época também tenho de reconhecer que a aprendizagem foi um bocadinho melhor do aquilo que estávamos a pensar. Também aproveito para dizer que o primeiro jogo do campeonato em termos de equipa falhou, porque, faltou o treinador, o treinador adjunto e o delegado, é triste mas é verdade... agradeço ao Henrique, treinador dos seniores que fez o melhor que pôde e ao delegado Monteiro que ajudou...
CAPR - Estás satisfeito com o plantel que tens disponível?
MC- O plantel é bom, tem de ser mais concentrado e mais humilde. Estou contente com a equipa que herdei.
CAPR - Quais são as tuas expectativas para esta época?
MC- As expectativas para esta época são as melhores, subir de divisão, se a equipa conseguir adquirir tudo o que eu disse anteriormente.
CAPR - Qual a mensagem que gostarias de deixar à família Academista?
MC- Familiar Academista, vou aproveitar e falar para todos independente do escalão, o mais difícil de lidar não são os atletas, são os pais... muitos não compreendem que o jogar não é o mais importante. O simples facto de as crianças conviverem, disputarem, conhecerem diferenças de carácter entre pessoas, defenderem-se, o trabalho de grupo, escolher amizades e criar ou não confiança, é ditar condições de vida, que o lar, a escola e as amizades restritas de casa não conseguem. Quero eu dizer aos pais que devem compreender e apoiar o crescimento estável e real de vida dos filhos.
O mais grave é quando os pais no fim de cada período escolar, verificam que os filhos têm más notas, a solução, é castigar o atleta com a retirada do desporto então a NET, os jogos de computador os SMS constantes do telemóvel?
Eu pergunto a esses pais, aonde andaram até esse momento ????? Foi de repente que surgiram as vossas preocupações? Acordem já e acompanhem já.
Senão tenho de vos chamar de IRRESPONSÁVEIS...e assumo o que digo.
É muito importante que no fim das aulas os alunos cheguem a casa e estudem, acompanhados (geralmente pela mãe, claro) pelo menos uma hora a matéria do dia da escola.
Não quero de forma alguma ferir susceptibilidades, mas é um facto que os pais preocupam-se demasiado com o sucesso do filho em termos de jogo e o resto...
É mais do que evidente que não me refiro, e ainda bem, à grande maioria de pais.
Um grande abraço à grande família Academista, um bem haja para todos.
Obrigado mister. Abraço
Sem comentários:
Enviar um comentário